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Flávio Bolsonaro diz que denúncias de ex-assessor de Moraes comprometem julgamento no STF

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    Da redação
  • 2 de set.
  • 2 min de leitura

Saulo Cruz/Agência Senado
Saulo Cruz/Agência Senado

A Comissão de Segurança Pública (CSP) do Senado ouviu, nesta terça-feira (2), o ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro, sobre o suposto uso indevido da estrutura do tribunal pelo ministro Alexandre de Moraes.


A audiência foi conduzida pelo presidente da comissão, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), a partir de requerimento (REQ 18/2025 – CSP) apresentado pelo senador Magno Malta (PL-ES).


Tagliaferro — que atuou como assessor de Moraes entre 2022 e 2024 — afirmou que o ministro teria direcionado a produção de relatórios e informações para abastecer inquéritos do Supremo Tribunal Federal (STF) relacionados a ataques e à disseminação de notícias falsas contra ministros da Corte.


“Esse relatório seria enviado para o Tribunal Superior Eleitoral, em seu gabinete, ou ao Supremo Tribunal Federal, também ao seu gabinete, para que [Moraes] definisse o local melhor. Muitas informações acabaram saindo pelo Tribunal Superior Eleitoral, visto a menor burocracia, uma vez que Alexandre de Moraes era o presidente”, relatou o ex-assessor.


Flávio Bolsonaro: “Há um jogo combinado, uma manipulação e uma farsa”


O senador Flávio Bolsonaro afirmou que as denúncias apresentadas por Tagliaferro têm impacto direto no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, iniciado pela 1ª Turma do STF.

Segundo o parlamentar, o caso revela um modus operandi ilegal e politizado por parte de Moraes, que teria atuado para fabricar provas e perseguir adversários políticos.

“[O julgamento] é um linchamento comprovado por um modo de agir fora da lei e marginal de Alexandre de Moraes para requentar provas contra alvos pré-determinados”, criticou Flávio.

O senador informou que acionou a Advocacia-Geral do Senado para avaliar os encaminhamentos de uma denúncia de fraude processual contra Moraes.


Senadores pedem suspensão do julgamento

Durante a audiência, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) afirmou que as denúncias apresentadas por Tagliaferro revelam uma grave violação de direitos humanos e pediu a suspensão imediata do julgamento de Jair Bolsonaro.


“O que estamos vendo aqui é uma grande violação de direitos humanos. Pessoas foram acusadas e presas, buscas e apreensões foram feitas com provas forjadas por um magistrado. Esse magistrado tinha que ser preso hoje, e o ministro [Luís Roberto] Barroso [presidente do STF] teria que interromper esse julgamento hoje. O Brasil precisa ver o que nós estamos vendo”, disse.


Já o senador Eduardo Girão (Novo-CE) defendeu que os documentos apresentados sejam protocolados em organismos internacionais.


“Isso aqui tem de ser protocolado em organismos internacionais, porque é algo muito grave. A chamada ‘grande imprensa’ não quer ouvir algo que, de cara, anularia todo esse julgamento, toda essa fachada. Carla Zambelli, os presos políticos, [Jair] Bolsonaro estão sendo injustamente perseguidos, caçados”, afirmou.


Tagliaferro confirma força-tarefa informal


Tagliaferro também confirmou a existência de uma força-tarefa informal no STF e no TSE para monitorar cidadãos e produzir certidões positivas sem provas materiais. Ele afirmou ter fingido concordar com o esquema para coletar provas e denunciar as irregularidades.


“Eu tinha uma proximidade profissional [com Moraes] e precisei me mostrar inteirado no desejo dele. Se eu fosse contra o sistema, eu não estaria aqui hoje com todo o material para apresentar e [quem sabe estaria] com minha vida ceifada”, afirmou.


O ex-assessor foi exonerado do TSE em 2024, após o vazamento de conversas com Moraes. Atualmente, responde a um processo movido pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e está na Itália, de onde participou da audiência por videoconferência.

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